Que mundo é
esse que, ajardinado
se
desertifica em machados e tratores,
presta culto
à destruição?
Que espécie
insensata é esta, inocente,
que se
aparta em metades moribundas,
metade
morrendo na obesidade
e metade na
subnutrição?
Que estranho
e antinatural animal é esse,
que mija e
caga na água que vai beber,
que mata
hoje o bicho e a planta
que um dia
iria comer?
Pobres de
nós, insetos equivocados
palmilhando
o chão dos equívocos:
nomeamos
tudo, navegamos estrelas,
nos
abraçamos em extremos do planeta
numa
realidade cibernética, digital,
mas nos
esquecemos, corpo e coração
nas
cavernas, de onde nunca saímos.
Não bastam
filosofias nem religiões.
O Homem tem
que reinaugurar a si mesmo,
de maneira
que adiante tenhamos passado
e um novo
mundo abrigue as próximas gerações.
Até aqui só
fomos bichos daninhos e danados,
com a
pretensão de ser a si pensado.
Morremos
confundindo berço e túmulo.
Francisco
Costa
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