terça-feira, 7 de maio de 2013

GUARITABE (de pai para filho)


Acaso sabes o que é um guaritabe, meu filho?
Não, não sabes? Você nunca pegou em um?
Sentir o cheiro do guaritabe certamente sentiu.
Não? Mas levou à boca, isso sim, já lambeu.
Também não? Nem o som dele ouviu, nunca?
Mas ver já viu, Certo? O quê? Nem isso?

Então você não sabe, não tem como opinar...

Não te envergonhes, não te sintas  humilhado.
Papai também não sabe. Criou a palavra agora.
O que quero  te dizer é que só há em nós
o que já chegou aos nossos sentidos,
e pelos nossos sentidos penetrou em nós,
estabeleceu identidade, nos modificou um pouco.

Cuidado com tuas opiniões, e mais, muito mais,
cuidado nos julgamentos, meu filho.
Nesses momentos estarás só exteriorizando
o que há em ti, o que faz parte de ti,
criando uma ponte de semelhança, de identidade
entre o julgador e o julgado. Policia-te.

Francisco Costa
Rio, 17/12/2012.

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