Games Não, Por Favor!
Sim, ir à
praia, se permitir sôfrego ao mar e ao sol,
observar
aves marinhas em arribação, namorar.
Ou deitar na
rede, livro na mão, cabeça lá longe,
vagando,
vagando... No espaço do imaginário ali,
real e
tangível como um acorde de violino,
à luz
matinal, um beijo dado em surdina, escondido.
Ir ao campo,
deixar-se ao vento e às folhas, às flores
sujando tudo
de cores e formas, permitindo-se, vãs,
aos insetos,
às aves, à magia da vida transitando,
distraída,
pelas escarpas do que se faz inapreensível
por
indefinível em si, exigindo presenças e poemas.
E namorar.
Se presa da preguiça, do sono, do cansaço,
permanecer,
deixar-se estar abandonado na mente
voando como
gaivotas vagabundas navegando o ar,
e ir aos
poemas, às pinturas, a qualquer coisa estranha
que se faça
íntima, parte de nós, a parte que ficará.
Por isso não
entendo essa gente que se gasta na sorte,
como se contassem
tempo para encontrar a morte.
Sou dos que
se escondem do tempo, e exijo respeito.
Não insista,
não me convide, não teime: eu odeio game!
Se é para
rimar com jogar: é melhor praiar,
campear,
versejar,
vagabundear... Qualquer coisa, e namorar.
Francisco
Costa
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