segunda-feira, 6 de maio de 2013

Games Não, Por Favor!

Games Não, Por Favor!
Sim, ir à praia, se permitir sôfrego ao mar e ao sol,
observar aves marinhas em arribação, namorar.
Ou deitar na rede, livro na mão, cabeça lá longe,
vagando, vagando... No espaço do imaginário ali,
real e tangível como um acorde de violino,
à luz matinal, um beijo dado em surdina, escondido.

Ir ao campo, deixar-se ao vento e às folhas, às flores
sujando tudo de cores e formas, permitindo-se, vãs,
aos insetos, às aves, à magia da vida transitando,
distraída, pelas escarpas do que se faz inapreensível
por indefinível em si, exigindo presenças e poemas.

E namorar. Se presa da preguiça, do sono, do cansaço,
permanecer, deixar-se estar abandonado na mente
voando como gaivotas vagabundas navegando o ar,
e ir aos poemas, às pinturas, a qualquer coisa estranha
que se faça íntima, parte de nós, a parte que ficará.

Por isso não entendo  essa  gente que se gasta na sorte,
como se contassem tempo para encontrar a morte.
Sou dos que se escondem do tempo, e exijo respeito.
Não insista, não me convide, não teime: eu odeio game!

Se é para rimar com jogar: é melhor  praiar, campear,
versejar, vagabundear... Qualquer coisa, e namorar.

Francisco Costa
Rio, 30/01/2013.

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