terça-feira, 7 de maio de 2013

FIM DE SONHO BOBO


Já não sonho  teu corpo, e do teu corpo
pouco me convém agora a lembrança.
Foste algo assim que supus imperecível,
marca d’água na cédula, tatuagem,
qualquer coisa feita para ficar.

Mas não. Contas já no meu  inventário
de perdas e danos, na rubrica do deve,
como uma conta em exercício findo,
um produto com prazo de validade vencido.

Morro-me um pouquinho uma vez mais,
mas que fazer?
Viver é juntar pequenas  mortes,
prover  o estoque até a morte, afinal.

Francisco Costa
Rio, 19/01/2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário