Escombros,
ruínas, restos,
é o que
sobra desse amor
natimorto,
prematuro, só,
erguido em
hipóteses nuas
e
possibilidades frustradas.
Pobre amor,
gasto de início,
miudinho,
sem futuro, pouco
para o que
se queria grande.
Amar não é
isso, é alar em sonhos
e permitir o
vôo, deixar soltas
as amarras,
para que se prendam
naturalmente,
como as manhãs
que não se
prendem ao escuro
que foi
noite e madrugada.
Amores
possessivos, ocupacionais,
que se
querem donos, totalitários,
são só
doenças de inseguros
fazendo do
que seria sujeito
predicado
dos seus caprichos.
Estranho
isso a que chamas amor.
Como ei de
amar o meu jardim,
se só fonte
das flores que podo,
fazendo-o
igual e sempre o mesmo,
sem destoar
do resto da paisagem?
Se és
incapaz de apartar amor e posse,
deita-te só,
porque a ti te bastas.
Francisco
Costa
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