Deslumbre
que se expõe cotidiano, tuas formas,
sinuosidade postas
nas dobras dos dias, em mim,
delineiam
silhuetas, arabescos na parede branca,
virgem de
formas escritas, como se te esperassem.
Como te
descrever em versos se em versos não
cabes,
exatidão
pretendida, rabiscos distraídos, manchas
de luz e
cores espalhadas em minhas retinas tontas,
bêbadas de
tanta sensualidade ornamentando tudo?
Como te
fixar na tela se, diáfana, difusa, te disfarças
em alga e
flor, salsugem e maresia, musgo e pedra,
repetindo e
complementando tudo o que me rodeia?
Como tê-la
em meus braços, se cachoeira, nuvem...
Fluida e
doce, volátil, escorres sempre, aérea e longe,
por entre
meus dedos ávidos, em prenúncio de morte?
Francisco
Costa
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