terça-feira, 7 de maio de 2013

ESPERANÇA


Deslumbre que se expõe cotidiano, tuas formas,
sinuosidade postas nas dobras dos dias, em mim,
delineiam silhuetas, arabescos na parede branca,
virgem de formas escritas, como se te esperassem.

Como te descrever em  versos se em versos não cabes,
exatidão pretendida, rabiscos distraídos, manchas
de luz e cores espalhadas em minhas retinas tontas,
bêbadas de tanta sensualidade ornamentando tudo?

Como te fixar na tela se, diáfana, difusa, te disfarças
em alga e flor, salsugem e maresia, musgo e pedra,
repetindo e complementando tudo o que me rodeia?

Como tê-la em meus braços, se cachoeira, nuvem...
Fluida e doce, volátil, escorres sempre, aérea e longe,
por entre meus dedos ávidos, em prenúncio de morte?

Francisco Costa
Rio, 05/02/2013.

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