terça-feira, 14 de maio de 2013

ENTE ESTRANHO


Meu filho, vês aquele homem?
Ele é másculo, mas também é homossexual.
Andrógino, é macho e fêmea, os dois.
Acredita-se flor e é só um bichinho na mata.

Ora comanda exércitos invencíveis, e vence,
Ora subtrai-se nas amarras do medo, e
Covarde, partilha a solidão do que se sabe só.

Estranho, não? Ser sol e chuva, todas as cores
Postas nas dobras dos dias, em cada minuto
Desafiando-o que se explique.

Aquele homem que vês é um ancião  menino
Ou um menino ancião: traz os segredos da vida
Em uma das mãos, e a outra aberta, solícita
Pronta para receber todos os segredos da vida.

Ele não é um porque é todos.
Nele coabitam todos os sentimentos do mundo,
A lama da mazela humana e a luz do homem.

Aquele homem, meu filho, é um poeta,
A voz de cada um
O coração do sentimento comum.

Francisco Costa

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