Meu filho,
vês aquele homem?
Ele é
másculo, mas também é homossexual.
Andrógino, é
macho e fêmea, os dois.
Acredita-se
flor e é só um bichinho na mata.
Ora comanda
exércitos invencíveis, e vence,
Ora
subtrai-se nas amarras do medo, e
Covarde, partilha
a solidão do que se sabe só.
Estranho,
não? Ser sol e chuva, todas as cores
Postas nas
dobras dos dias, em cada minuto
Desafiando-o
que se explique.
Aquele homem
que vês é um ancião menino
Ou um menino
ancião: traz os segredos da vida
Em uma das
mãos, e a outra aberta, solícita
Pronta para
receber todos os segredos da vida.
Ele não é um
porque é todos.
Nele
coabitam todos os sentimentos do mundo,
A lama da
mazela humana e a luz do homem.
Aquele
homem, meu filho, é um poeta,
A voz de cada
um
O coração do
sentimento comum.
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