Inocente,
você, que me chama de grande poeta.
Você não
sabe das limitações da escrita,
o que é
duelar em esgrima com os sentimentos
e se sentir
sempre derrotado, meio humilhado,
porque não
tem como dizer exatamente o que sente.
Não, não
sabe. Quantas vezes teus olhos atentos
fixam-se num
ponto, sem nem mesmo desconfiar
que é mancha
de uma lágrima, digital de um pranto.
Às vezes ris
de um verso meio torto, caduquinho,
coitado,
teclado às gargalhadas ou em pranto mudo,
porque
poemas são só pontes entre corações.
Ligam
corações, atam corações, irmanam corações,
mas como as
pontes, incapazes de fazerem um só
os dois
lados, todos os lados, todos os corações.
Grandes
poetas não existem nem nunca existirão
porque todos
limitados na escrita, sonhando a poesia
como uma
grande explosão fazendo de todos um só,
um só
coração.
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