terça-feira, 7 de maio de 2013

EM PRETO E BRANCO


O que eles dizem é negro,
o silêncio é branco.

Discursos oficiais são negros,
justificativas políticas são negras,
a miséria é negra e mais negras
a exploração, a mentira, o engodo.

Aceitar passivo é branco,
como branco é esperar de Deus
o que é atribuição humana.

Em tudo negro não vejo nada,
e menos vejo se tudo branco.

Eu quero vida, e a vida tem cores
que se mesclam, misturam,
em infinitas possibilidades.

Eu quero as cores.
Chega da surdez negra,
do mutismo branco.

Eu quero, preciso
me sujar de cores.

Em preto e branco
meus olhos não vêem,
meus lábios não riem,
meu coração não bate,
apanha.

Francisco Costa
Rio, 02/02/2013

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