segunda-feira, 6 de maio de 2013

Disfarçada

Disfarçada
Se pouco sei de mim
De ti nada sei
Incógnita na cama
Destilando nua
Rituais de prazeres.

És assim
Mobilidade louca
Espojada nos lençóis
Trejeitos e sonhos
Declinados na noite.

Sons proibidos
Arfares sem pudor
Pedidos e doações
Quase líquidas
Porque escorridas
Do meu espanto.

És assim
Uma impostura
De carne e desejo
Porque não existes
Fora da cama
Reduzida a bom dia
Sim senhora
Por favor.

Até recomeçar a noite
E te transmutares
Louca alucinando,
Dentes e língua,
A própria noite
Em orgia permanente.

És assim
Hiato entre dias
Que te vêem disfarçada
Mamãe, esposa, tia
Qualquer coisa
Que mantenha
Aquela fêmea
Amordaçada.

Francisco Costa.
Rio, 13/03/2013.

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