terça-feira, 14 de maio de 2013

DEFININDO


O amor, ah!  O amor, essa incógnita sagrada
A solicitar decifração urgente e definitiva
Em cada coração. Esse instinto permanente
E sem solução, essa aura mágico-magnética
A impregnar tudo o que nos rodeia e medeia.

Máscara para o medo da morte, dizem uns.
Só um apelido esculpido em pudor para o cio,
Dizem outros, explicando-se  num complexo
Sistema de hormônios e enzimas impondo
A perpetuação da espécie, só uma a mais.

Aos primeiros  pergunto: como justificar
Os suicidas passionais, os que ,voluntários,
Buscam a morte por amor, demolindo
Quaisquer  justificativas de  opor amor e morte,
Como antônimos, desejos inconciliáveis?

Como induzi-lo à bioquímica dotada de razão,
Se, sem cérebro e sem coração, uma planta
Floresce e, passional em flerte na primavera
Beija molhada de pólen a flor que a espera,
Às vezes longe, pronta para a entrega?

Como verbalizar qualquer teoria que, redundante
Leve sempre a mesma pergunta: o que é o amor?

Pois cá da minha insignificância teórica,
Ouso responder: o amor é... O amor.
E é isso que fascina.

Francisco Costa
Rio, 17/12/2012.

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