terça-feira, 7 de maio de 2013

DE DEUS E DEUSES


Chego diante do sábio e digo:
mestre, porque tantas religiões
para um só Deus, ou tantos Deuses
para uma só humanidade?

Só bondade e sabedoria, ele sorri,
pede que eu me sente, e começa:
tenho cinco filhos, sabias?

Quando chego em casa, se acercam,
e munidos todos de bons propósitos,
carentes e transbordantes de amor
correm ao meu colo.

Cada um deles se julga mais capaz
De entender melhor os meus propósitos,
as minhas intenções, de ser o meu dono.

Todos têm certeza de que são o mais amado,
é que, em contrapartida, é o que mais me ama.

Para acesso ao que julgam privilégio em meu colo,
empurram-se, beliscam-se, ofendem-se...

São crianças, um dia crescerão... Amadurecerão.

Agora te farei duas perguntas: a primeira,
- Quantos tens diante de ti, agora?
respondi o óbvio: - um!

Sim. Sou um, único. E pai de todos eles.
Mas diante deles sou quantos?
Quando aninhados em meu colo, sou quantos?

E diante da minha resposta: - não entendi,
completou: - sou tantos quantos são eles,
porque cada um deles diferente, pessoal,
refletindo em mim essa diferença.

Se nesse momento tu me chamares Deus!
Te direi que cada filho meu é uma religião.

Francisco Costa.
Rio, 21/01/2013.
(Dia de combate à intransigência religiosa)

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