terça-feira, 7 de maio de 2013

CIBERJORNAL BRASILIS


No interior de Estado nordestino, o nobre prefeito,
Pobre cretino, construiu valão de metro e meio
De largura e 2 quilômetros de comprimento
Cortando um campo de futebol em cheio
Para descarregar esgoto in natura no rio
Justamente o que mata a sede, abastece o município.
Duas crianças afogaram-se em bosta, morreram.
Ouvida a autoridade, em sapiência e responsabilidade
Esta respondeu: o progresso custa sacrifícios.

Ora pro nobis, santidade dos sádicos!

O secretário de meio ambiente do estado mais pobre
Do país, região mergulhada em seca que seca tudo,
Inclusive a sensatez, a responsabilidade e a honestidade,
Transferiu quatro milhões de reais do erário público
Ao próprio pai, excelentíssimo senhor governador,
Para investimento urgente e de dividendos na miséria:
Estudar os hábitos reprodutivos das marrecas selvagens.

Ora pro nobis, santidade dos sádicos!

Para abrigar os despejados das inundações e desmoronamentos,
Dois anos depois, com pompa e circunstância, os políticos
Anunciam a entrega dos primeiros duzentos apartamentos,
Pequenos, de difícil acesso, superfaturados.
Talvez por arquitetônica revolta, todo o conjunto habitacional
Começou a afundar no solo, rachando-se, ameaçando-se ruínas.
Questionado sobre o gasto inútil de vinte e três milhões de reais,
Os engenheiros nomearam porta voz e se dirigiram à imprensa:
Não imaginávamos que fosse chover novamente.

Ora pro nobis, santidade dos sádicos!

E o nosso momento comercial:
Japoneses, trocamos nossos políticos por vossas tsunamis.
Chilenos, trocamos nossos políticos por vossos terremotos.
Deus! Trocamos nossos políticos pelo inferno.

Nossas relações com argentinos não é propriamente
O que podemos chamar de abraços de irmãos e hermanos,
Mas, Chicão primeiro, chega junto dEle e intermedia:
Não aguentamos mais tanta sacanagem, tanta covardia.

Francisco Costa
Rio, 22/03/2013.

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