terça-feira, 7 de maio de 2013

CARAPUCINHAS


Vou despir-me de tudo o que me preocupa,
Deixar ao relento as preocupações e ânsias,
Nas gavetas tudo o que eclipsa sorrisos.

Vou trancar-me em mim, pouco me dando
E menos me mostrando, como um caramujo,
Blindado, oculto na concha das aparências.

Vou me limitar agora aos versos fáceis
E a tema único, ancorado em amor realizado,
Cheio de beijos, orgasmos e nada mais.

E então, fechado nos limites da autossuficiência,
Sem mais para aprender, por saber de tudo,
Não mais questionarei, permanecendo mudo
Sem manchar a felicidade alheia. E mais não digo,
Tornaria o poema longo, e ler é um incômodo.

A pedidos, serei conciso, no pensar e no escrever.
Agora só versos palatáveis em poemas curtos,
de sabor doce, meladinhos e românticos,
Para não desafinar no coro dos que merecem
Não mais que versos palatáveis, de sabor doce,
Sem deixar evidente o amargor e o azedume
Que incomodam os que nasceram para não pensar.

Francisco Costa
Rio, 02/05/2013.

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