segunda-feira, 6 de maio de 2013

Às Ruas, Já!

Às Ruas, Já!
Vamos para as ruas, ruas já.
Não importa se de sol ou chuva,
se iluminados na esperança
ou molhados de indignação,
a hora é de rua.

Na rua o político honesto,
sempre voto vencido
e discursos para ninguém,
o empresário que se toma a sério,
o partidário da honestidade,
o companheiro da correção,
o camarada do caráter...
todos cúmplices, de coração.

Lado a lado o hetero e o gay,
a beata e a puta, as donas de casa.
Juntos, aluno e professor,
patrão e trabalhador, desempregados.
No mesmo cordão, artistas, filósofos...
E os que das letras só as sabem inúteis
quando só servem para redigir o caos.

Todos, todos ombreados, os padres,
pastores, pais de santo, adivinhos...
Porque o rebanho padece e chora
em um outro tipo de cruz.

Às ruas, às ruas já!
Antes que nos levem as ruas também
e prisioneiros de nós mesmos,
alheios e omissos, sem ter para onde ir,
para onde caminhar,
permaneçamos nessa mesma agonia,
nessa mesma prisão domiciliar.

Francisco Costa
Rio, 05/02/2013.

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