Um dia
amanheceremos em mil sóis,
Num clarão
de toda a galáxia
Derretendo
ferro e pedras.
Neste dia
infenso será a compra de
defesas e
indulgências, salvos condutos.
Em vala
comum alimentarão abutres
O nobre
deputado e o bêbado da esquina,
A puta e a
beata, cada um de nós.
O planeta
estará finalmente semeado
Da
flora definitiva e infernal:
Cogumelos de
átomos desfeitos
Para a
consumação do nada.
Flores calcinadas, pássaros sem asas
Mares de
areia e sal, sangue e lágrimas
Na noite dos
séculos começando agora.
Hecatombe,
Armagedon, mais um Reich?
Não. Só a
decisão de meia dúzia de deuses
Encarnados
gente, tomando decisões
Equivocadas,
crentes de dias seguintes.
Neste dia de
anticristos e hostes infernais
Entre moscas,
silêncio e medalhas
Apodrecerão os
comandantes e generais.
Entre
livros, certezas, e objetos sagrados
Todas a
sabedoria dos líderes religiosos,
Todas as
pretensões pastorais, sacerdotais
Pequenas
demais para impedirem,
O fim do mundo
que tomba, a insanidade,
A estreiteza
mental, a bomba.
Francisco
Costa
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