Maldição, tu
tens nome
E que se
estampa, vergonhoso
Em cada
mente e coração:
Corrupção!
Entranhas
como umidade,
Sem que nos
apercebamos,
Até se
tornar inundação.
Ladra do
futuro, subtrais
Saúde,
comida, educação,
Lenta e
gradativa, mas ativa,
Como chama
de vela, pouca,
Mas que
consome e derrete,
Leva o lume
à exaustão.
Mãe da
miséria,
Padroeira
das necessidades,
Protetora de
quereres e faltas,
Em tuas
letras oram, imorais,
Os de putas
paridos,
Como frutos
fedidos
De uma
indigestão.
Nem mesmo o
risco de escândalos,
O opróbrio
público, a desmoralização
Te contêm
nos trâmites da moralidade,
Arregimentando
ladrões,
Cooptando
falsários,
Acumpliciando-se,
insidiosa e perene,
Com os que
de humanos só têm o aspecto.
Cancro
travestido saúde, chaga, câncer,
Corróis o
organismo social como cupim,
Na diabólica
missão de subverter tudo,
fazendo
iguais os que te invejam,
amadurecendo
o momento de por as mãos
no alheio,
no do próximo, desleal e cruel,
incorporando
bens, vidas, destinos, futuros
ao teu
acervo de ignomínias e despropósitos.
Verme que se
imagina mais que verme,
rastejas nos
charcos de gemidos e dores,
ranger de
dentes no ódio, conspirações,
deixando uma
assinatura de vergonhas
para os teus
descendentes, beneficiários
da
expropriação imposta aos inocentes.
Cuida-te. Os
organismos só suportam sangrias
Até o limite
da irreversibilidade da morte,
Momento de
reconsiderar a indiferença
E avançar
sobre o que sangra, em hemorragia
De difícil
contenção. Cuida-te. Já descobrimos
Que a
desgraça coletiva tem nome: corrupção!
Francisco
Costa
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