Mulher,
venha à janela.
Veja como o
sol amanheceu mais forte,
derretendo-se
em luz sobre as copas.
Observa os
vôos pássaros, aleatórios
como os
corações dos homens,
divididos
entre sorrisos e perplexidade.
Olhe aquela
flor amarelinha na relva,
pequena,
disfarçada, quase anônima
entre flores
outras, mas não menos flor.
Ouça os
galos nos quintais, escandalosos,
clarins
chamando para o amanhecer.
Como se
beijam, incansáveis, aqueles pombos!
O mundo
parece mais colorido hoje, não acha?
Você está
maluco, homem? Bebeu, alucinou?
Toda essa
chuva, esse vento frio, e fala isso?
Não, mulher.
Hoje é dia primeiro de janeiro.
Só estou te
mostrando os dias de amanhãs.
Francisco
Costa
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