terça-feira, 14 de maio de 2013

ACORDO


Morrer?
Sem comer morando com dendê?
Sem conhecer Portugal?
Sem passar por mais um carnaval?
Sem cometer mais um poema?
Despir aquela morena?

Como morrer? Ainda não é hora.
Preciso conversar com aquela senhora,
inquirir-lhe dos seus propósitos a meu respeito,
transformar em poemas o que me vem no peito,
ouvir Beethoven, falar aos que me ouvem.

Morrer ainda não, nem pensar.
Há ainda muita coisa a me agradar:
possibilidades de escritos e pintados,
necessidades de gritos e denúncias...

Como morrer se amanhã fará sol
e haverá festas no arrebol,
estará benfazejo o clima,
haverá borboletas e b... Suas rimas?

Não, definitivamente não.
Agora seria prematura.
Que seja opção futura.

Fiz um pacto com Deus:
Ele me dá mais um aninho,
sem sustos e em paz,
e me comporto direitinho,
não O sacaneio mais.

Ele não me mata
e não sacaneio o Papa.

Francisco Costa.
Rio 20/03/2013.

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