Ícaro
contemporâneo, de tédio e cansaço,
desejo as
asas físicas que só a poesia dá.
Mas as asas
que nela encontro extasiado
só permitem
vôos curtos, momentâneos.
Há o sol da
realidade e ele é quente, queima
a cera dos
meus sonhos mais bonitos
e me
acorrenta ao chão da realidade, hostil,
de
exigências, pronto atendimentos, urgências.
Eu não me
queria assim, rastejando sempre,
despido das
plumas que ambiciono.
Nasci para
voar, beber, sôfrego, o espaço
e me inundar
de ar.
Por isso a
minha ânsia de poemas,
vôos curtos,
rasteiros, imediatos
mas que me
iludem e se impõem
espaço azul
por onde vôo imune ao sol.
Francisco
Costa
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