quarta-feira, 8 de maio de 2013

A PARTIR DE UM POEMA DA RITA (ASAS)


Ícaro contemporâneo, de tédio e cansaço,
desejo as asas físicas que só a poesia dá.
Mas as asas que nela encontro extasiado
só permitem vôos curtos, momentâneos.

Há o sol da realidade e ele é quente, queima
a cera dos meus sonhos mais bonitos
e me acorrenta ao chão da realidade, hostil,
de exigências, pronto atendimentos, urgências.

Eu não me queria assim, rastejando sempre,
despido das plumas que ambiciono.
Nasci para voar, beber, sôfrego, o espaço
e me inundar de ar.

Por isso a minha ânsia de poemas,
vôos curtos, rasteiros, imediatos
mas que me iludem e se impõem
espaço azul por onde vôo imune ao sol.

Francisco Costa
Rio, 28/12/2012.

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