Passas. Não
sei quem és, de onde vens,
senão que
passas, lenta e ritmada,
em passos de
agora ou nunca mais.
Em que
rótulo te ostentas? Ana, Maria,
Joana,
Beatriz? És triste ou feliz?
Sorridente
ou séria? Navegas na fortuna
ou te
ostentas na miséria?
Como flor em
jardim alheio, astro
de galáxia
distante, ser abissal,
longe do
anzol, pairas na tarde,
incólume e
soberana, dádiva aos olhos,
anunciação
do proibido, do interdito
ao que só se
propõe à admiração,
ao deixar-se
ficar assim, aparvalhado
como um
menino na igreja,em contrição
de poeta
diante de um poema de carne.
Do nada te
anunciaste, e para o nada vais,
mera visão
repentina e passageira,
como pluma
no vento, alga na maré,
irrelevando
tudo, fazendo do detalhe
na tarde a
razão de ser da tarde,
moldura que
te configura e fixa
irrepetível,
silenciosa, compenetrada,
alheia a
esse meu coração que arde.
Seguir-te?
Buscar conversas, ir ao flerte?
Não!
Tocar-te seria quebrar o encanto e,
na tua
partida, adiante, cultivar o pranto.
Que sejas só
essa moça passando na tarde.
Francisco
Costa
Essa eu amo de paixão...e é toda ela, Francisco! "A moça a tarde...beijos poeta querido <3
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