quarta-feira, 8 de maio de 2013

A BUSCA


Então queres me encontrar?
Busca-me onde não me sei menino
a cata do primeiro corpo,
sonhando impossibilidades
que descobrirei possíveis.

Cata-me em cada dobra dos dias,
entre o trivial e o diferente,
garimpando respostas,
engordando com mais perguntas.

Vasculha-me em cômodos,
em camas e mesas, por aí,
ora nu, ora vestido com as convenções
da parcimônia, do silêncio,
da contenção de mim em mim.

Investiga jardins, pétalas e cheiros,
insetos, os cantos dos pássaros.

Vê se estou atrás do sol, bronzeando-me
com o que não sei, espero decifração
porque o desconhecimento incomoda
como uma coceira chata nos pés.

Tateia cada possibilidade de sorrisos
e todas as oportunidade de lágrimas.

Mira a lua, cada estrela, aquela florzinha
anônima e distraída na beira da estrada.

Me encontrando, devolva-me
porque também me procuro.

Francisco Costa
Rio, 13/03/2013.

2 comentários:

  1. Belíssimos...poema e imagem! " Então queres me encontrar?
    Busca-me onde não me sei menino... sonhando impossibilidades
    que descobrirei possíveis. Investiga jardins, pétalas e cheiros,
    insetos, os cantos dos pássaros.

    Vê se estou atrás do sol, bronzeando-me... Tateia cada possibilidade de sorrisos
    e todas as oportunidade de lágrimas. Mira a lua, cada estrela, aquela florzinha
    anônima e distraída na beira da estrada.

    Me encontrando, devolva-me
    porque também me procuro." busquemos...então! Beijos Francisco...querido poeta <3

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  2. " Então queres me encontrar?
    Busca-me onde não me sei menino... Cata-me em cada dobra dos dias,
    entre o trivial e o diferente, com o que não sei, espero decifração
    porque o desconhecimento incomoda
    como uma coceira chata nos pés. Mira a lua, cada estrela, aquela florzinha
    anônima e distraída na beira da estrada.

    Me encontrando, devolva-me
    porque também me procuro." Belo, transparente...busquemos! Beijos Francisco, poeta querido <3

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